domingo, 28 de setembro de 2014

Chef Cidadão



Quando estamos diante de um ícone, como a figura de um Chef de Cozinha, parece que as cobranças (e as liberdades) são maiores: sejamos perfeitos não admitindo falhas, obedientes sem questionar sua autoridade, críticos mesmo sem o conhecimentos pois o grau de exigência é muito grande.

Tudo bem: médicos, publicitários, juízes, engenheiros... todos passaram por isso - altas e baixas no mercado de trabalho existem... 

Mas no caso de Chef de Cozinha há uma diferença: estamos passando por um re-enquadramento do status de cozinheiro. Somado a isso, é aquilo que todo mundo está vendo: qualquer um pode ser Chef. De verdade, de mentira, não importa: a falta de qualificação profissional no mercado é geral, o apagão de mão de obra é uma realidade, a remuneração média sempre foi baixa para esta área, o IBGE diz isso, o MTE diz aquilo, etc...

E nesse maravilhamento e desencanto todo, um aspecto me chama muito atenção nas mídias e redes sociais de colegas: Chef não cozinha.

Cozinhar e comer é algo que se faz no plano real, não virtual. Calma, eu sei: todo resto também... Mas através do mundo virtual, pode-se sentir afetos, emoções... mas nunca o sabor e o cheiro (por enquanto...).

E pode-se também, construir padrões éticos, associar a imagem a valores morais. Portanto, uma oportunidade que surge - e alguns Chefs já estão engajados nesse movimento - é de promover ações sociais que possam ganhar impulso através desta "figura". 

Não ações como - não menos importante - luta contra câncer, fome, desigualdade social... Mas valores que necessitam de mudança de comportamento como respeito no trânsito, discriminação social e sexual, voto consciente, hospitalidade.

Isso sim, pode revelar um talento que agregue valor a profissão de Chef.



PS: é lógico que precisa saber cozinhar bem.