Se você respondeu “PÊ-ÊNE”,
repense: um estudo realizado por The Ohio State University (GEORGE, 1990) revela que nem
sempre as expectativas profissionais são as mesmas ao longo da carreira entre
os graduados em Gastronomia.
A pesquisa realizou
um levantamento sobre como estavam as perspectivas de carreira em 3 momentos:
recém-formado, 3 anos e 5 anos depois de formado. Revelou que, no início de
carreira, mais da metade dos recém formados almejavam postos na área de
produção de alimentos e um pouco mais de 20% tinham interesse por programas de
trainee em gerência de A&B. Após cinco anos, o interesse pela área
gerencial estava igualmente dividido com a cozinha entre os profissionais já
com alguma experiência. Porém, nessa fase de carreira, muitos daqueles que
haviam participado de um programa de Trainne, manifestaram interesse em ser
proprietários de um negócio próprio.
Respeitadas as
diferenças culturais de cada país, alguns aspectos do estudo merecem ser
discutidos dentro do ambiente acadêmico e DURANTE do curso de Gastronomia:
- Primeiro:
carreira não é algo linear e sempre ascendente. Haverá crises e
necessidades de interrupções e desvios de trajetória. O mundo está mudando
de forma muito complexa e quem quiser sobreviver, precisará se adaptar
mudando-se de forma complexa também.
- Segundo: “Chef”
não deve ser o ponto de chegada para todos. A experiência na cozinha pode
ser uma fase muito significativa para uma próxima fase de carreira, por
exemplo, para um gerente de A&B, arquiteto de cozinhas planejadas,
estilista de uniformes profissionais, jornalistas especializados em
comida, etC
- Terceiro:
Empreendedorismo é uma disciplina que já deveria ter sido incluída na
grade curricular. Não importa se o estudante irá enfrentar estruturas
hierárquicas rígidas ou precisará vivenciar diversas situações de
subordinação: ele é e será o único responsável pela gestão da sua
carreira.
Porém, o aspecto
mais importante para nosso contexto é gerenciar a transição desta ocupação de
um status marginalizado para um campo onde o crescimento profissional tem como
requisitos: o desenvolvimento de raciocínios complexos, a aprendizagem e
domínio de habilidades operacionais motoras e subordinação em grupos de trabalho. Sob pressão e sem glamourizações.